quinta-feira, 8 de julho de 2010

O House que conversa comigo


Quinta a noite. Rinite e cansaço após uma batalha para fazer minha matrícula na faculdade. Não ao Happy Hour, sim ao sofá e ao cobertor. Law and Order passando, uma zapiada e pum: Fernanda Young entrevistando Luciano Huck. Plim na minha cabeça: tá aí, um dos primeiros entrevistados que não demorou a responder "O que te irrita?". Resposta: fome, aeroporto. Penso comigo, só? Acho que eu deveria ser entrevistada pela Fernanda, minha resposta seria: pega o caderninho ai fofa, que lá vem a lista, tem tempo? Acaba o programa. Começa House. O cara é foda (com o perdão da palavra), seco, duro, insensível? Mas ele fala, fala tudo aquilo que a gente engole. Zapeio de novo, afinal já assisti esse episódio. Momento criança: Bob Esponja no Nick. Mas não é ele quem me atrai, é o Lula Molusco. Em tempos de moluscos (vide polvo alemão) esse aí, aos meus olhos e coração é mais atrativo. Não tenta agradar ninguém pelo simples fato de agradar, é rabugento e adora sua paz, mas no fundo não vive sem o Bob.
Parece absurdo, mas me deliciei com esses três "irritados e rabugentos". E aí veio o insight, o encoberto (e várias vezes descoberto na terapia): esses três são meus ídolos, a máxima do que não posso ser, tento não ser, e por tentar tanto esse não, acabo sendo ao máximo, mas ali, comigo mesmo, encoberto, de mim pra mim mesma (mesmo que as vezes escape). A rabugice porém, às vezes tem de sair, a raiva, antipatia e falta de paciência tem que emergir, e quando acontece vem de maneiras nada agradáveis, mas não para os outros, para mim mesma (...ai esse controle! Social e pessoal).
Então tá ai. Eu declaro, pra mim mesma, e me permito o direito de sentir e expressar, de forma verdadeira e profunda, mas saudável (já que ninguém aguenta um House 365 dias do ano), todos os meus sentimentos, inclusive a raiva e toda a minha rabugice. Afinal todos temos o direito de ser o House, durante alguns momentos da nossa vida.

2 comentários:

  1. Tatiana querida,
    Que surpresa boa, que presente delicioso esse seu blog! Parabéns, seu texto é ótimo, conteúdo forte, muito pertinente e original!
    Linda e delicada desse jeito, a última coisa que você seria se chama House. Mas, humana que também é, inevitável ter o Doutor Rabugento gritando algumas vezes dentro de você. Adorei, parabéns mesmo!
    Um grande abraço!

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